quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Menino do Pijama Listrado - John Boyne

Título original: The Boy in the Striped Pyjamas
Tradução: Augusto Pacheco Calil
Editora: Cia. Das Letras
Publicação da edição lida: 2007
Publicação original: 2007
Páginas: 192 (tempo de leitura estimado no e-book:1h08)
Adaptação: Filme de 2008 (veja o trailer)


Sinopse



Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga.

Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

"Um livro maravilhoso." - The Guardian

"Intenso e perturbador [...] pode-se tornar uma introdução tão memorável ao tema como O diário de Anne Frank foi em sua época." - USA Today


"Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição." - The Irish Independent




Resenha



Apesar de tratar do holocausto, que é um tema muito triste, o livro é maravilhoso. Demonstra de uma forma sensível a inocência das crianças. Tanto que Bruno, um dos protagonistas, refere-se a Hitler durante todo o livro, como "Fúria", ao invés de Führer, bem como "Haja-Vista", ao invés de Auschwitz.

Bruno é filho de um comandante nazista, que se vê obrigado a mudar de cidade junto com a família, em decorrência das obrigações do "trabalho" de seu pai. Bruno estava acostumado com a vida fácil em Berlim, com amigos e uma casa de cinco andares, objeto constante de explorações, sua brincadeira preferida. Muda-se, então, para Auschwitz, em uma casa ao lado, porém um pouco distante, do famoso campo de concentração. Nesse lugar, no entanto, não há amigos para brincar e a casa possui "apenas" três andares, o que o decepciona.

Bruno tem 8 anos e vê a vida com muita alegria, nunca passou nenhum tipo de necessidade, material ou afetiva, e não se dá conta, até o final do livro, do lugar onde se encontra e das barbaridades que ocorriam ao seu redor.

Em uma de suas explorações Bruno encontra um menino judeu, Shmuel, que vive do outro lado da cerca. Todos os dias, então, passam a encontrar-se e conversam muito, constroem uma amizade linda e muito verdadeiro. Bruno, não tendo a mínima noção do que acontece no campo, questiona-se por que não podem brincar juntos ou visitar a casa um do outro. Shmuel parece ser um pouco mais consciente da sua situação, mas como um menino de 8 anos, não a entende perfeitamente.

Além disso, Bruno vê o seu pai como um bom soldado, incapaz de cometer as barbaridades as quais Shmuel se refere. Então, apesar de ser uma história triste, é ao mesmo tempo uma grande lição nós todos, que deveríamos ver o mundo com os olhos de uma criança, acreditando na parte boa de cada pessoa e na amizade incondicional e desinteressada.

Livro muito recomendado! 


Avaliação:★★★★★


"Situações como aquela sempre deixavam Bruno num grande desconforto, porque, em seu coração, ele sabia que não havia motivo para faltar com a educação a ninguém, mesmo que a pessoa trabalhasse para você. Afinal, era para isso que existiam as boas maneiras. (p. 43)


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