sexta-feira, 6 de outubro de 2023

O Rei de Amarelo - Robert W. Chambers

Apesar do que alguns comentários que li sobre o livro, de que os contos finais não seriam tão bons eu particularmente gostei muito desse livro! Comecei a ler acreditando que seria um pouco mais de terror, mas para o meu gosto não foi tanto.

Gostei dos contos que tratam do mistério do Rei de Amarelo, apesar de não ter superado as minhas expectativas, que estavam altas.

Mas valeu muito a pena. Os contos finais são bonitos, histórias de amor e queda, a meu ver, que estão sempre relacionados.

Gostei muito de A Demoiselle d'Ys, por ter algo de ficcção científica e viagem no tempo, que eu adoro.

Além disso, o ambiente acadêmico, sempre envolvendo artistas, o Quartier Latin, gostei bastante dessa interação e, inclusive, das referências entre um conto e outro, ainda que não tão direta.

Dos contos de Amarelo, gostei muito da Máscara, achei maaaaaaravilhoso, principalmente o final, à la Romeu e Julieta, que triste, mas lindo ao mesmo tempo!

Dos contos finais o que mais gostei foi o da Rua de Nossa Senhora dos Campos, com Hastings e seu jeito puro, contrastando com a vida de Clifford, noturna e boêmia. E, ainda Valentine, que não se considerava digna do amor de Hastings (ou de qualquer outro). Traz muitas reflexões.


Acredito que o mundo da arte ainda pode trabalhar muito esse livro, com a criação de mundos relacionados a ele. Já sei que existem algumas referências mas nenhuma no mainstream (que eu lembre). Inclusive vi que há uma edição linda da Darkside em HQ, que deve ser linda! No futuro certamente irão retomar esse clássico de 1895 e levar para o mundo pop!

É um livro para ser lido aos poucos, apreciado, mas vale muito a pena!


Minha nota: 4 Estrelas ⭐⭐⭐⭐

Edição lida: Intrínseca, 2014.

Sobre o autor:

Robert William Chambers foi um ilustrador e escritor de ficção estadunidense, mais conhecido por seu livro O Rei de Amarelo, publicado em 1895. Chambers estudou na École des Beaux-Arts e na Académie Julian, em Paris.

Sinopse do Skoob:

'O Rei de Amarelo' é uma coletânea de contos de terror fantástico publicada originalmente em 1895 e considerada um marco do gênero. Influenciou diversas gerações de escritores, de H. P. Lovecraft a Neil Gaiman, Stephen King e, mais recentemente, o escritor, produtor e roteirista Nic Pizzolatto, criador da série investigativa True Detective cujo mistério central faz referência ao obscuro Rei de Amarelo. O título da coletânea faz alusão a um livro dentro do livro - mais precisamente, a uma peça teatral fictícia - e a seu personagem central, uma figura sobrenatural cuja existência extrapola as páginas. A peça 'O Rei de Amarelo' é mencionada em quatro dos contos, mas pouco se conhece de seu conteúdo. É certo apenas que o texto, em dois atos, leva o leitor à loucura, condenando sua alma à perdição. Um risco a que alguns aceitam se submeter, dado o caráter único da obra, um misto irresistível de beleza e decadência. Esta edição reúne, além dos contos do Rei, seis outros que alternam entre o sobrenatural e a realidade, em épocas e geografias diferentes. A introdução e as notas do jornalista e escritor Carlos Orsi, ajudarão novos leitores a mergulhar na bem construída mitologia do autor.






quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O Cortiço - Aluísio de Azevedo

Publicado em 2009 pela Ática. 37ª Edição. 252 páginas.
Adaptação: Filme de 1978 (veja aqui)

Sinopse: No Rio de Janeiro do final do Império, o cotidiano miserável de uma habitação coletiva. Em seus cubículos amontoam-se os desfavorecidos e marginalizados da sociedade, com suas agruras e percalços na luta pela sobrevivência.

Trabalhadores modestos, imigrantes, malandros, prostitutas... Em meio a tantos personagens marcantes, o protagonista deste livro é o próprio cortiço, que parece adquirir vida própria e arrasta tudo e todos com seu ímpeto de degradação.


Resenha: Um dos clássicos da literatura brasileira que não li no ensino médio e resolvi me aventurar agora, depois de deixá-lo tantos anos na lista de espera.

É um livro que inicialmente senti um pouco de dificuldade por desconhecer o significado de algumas palavras. Afinal, ele foi escrito em 1890!

Apesar disso, achei a história bem interessante, cheia de paixões irracionais e emoções à flor da pele, retratando bem a experiência humana, em seu sentido bem primitivo, instintivo.

Existe muito amor “proibido”, desafios de honra, muita festa e samba em meio à desgraça, comparativos claros entre os de ascendência portuguesa e os brasileiros “natos”, assassinato, drama, guerrilhas entre grupos rivais, mas também muito desejo insaciável, sonhos de amor, despertar de habilidades e trajetórias sempre desviadas do objetivo inicial.

Como são vários personagens, demorei para me ambientar na história, mas o principal deles, Romão, dono do Cortiço, é lido em praticamente todos os capítulos.

E a história versa principalmente sobre ele, sobre seus sonhos, ambições, sentimentos, conquistas e perdas.
 
Até chegar no fatal arrependimento ao fim do último capítulo, deixando em aberto a reflexão ao leitor sobre o que é de fato mais importante na vida.

Mas como a vida é uma constante evolução, todas as lições que aprendemos nos livros e demais artes não conseguimos apreender instantaneamente, mas vale a pena registrar na alma e tentar colocar-se no lugar de Romão, durante toda a sua trajetória.

Gostei, indico, acredito que se tivesse lido no ensino médio não teria gostado nem mesmo compreendido.





domingo, 15 de dezembro de 2019

Frankenstein - Mary Shelley

Editora: Principis
Publicação: 2019
Páginas: 240




Um livro muito triste que causa terror na alma de quem lê e provavelmente na de quem escreveu também. Confesso que comecei a ler acreditando sentir um pouco do terror mais explícito ao qual já estou bem acostumada. Sabe, aquele terror material que se nos apresenta através da visão, da audição ou até mesmo do tato? Quando ouvimos ruídos à noite e estamos sozinhos em casa ou vemos uma sombra suspeita na esquina justo no dia em que resolvemos ir a pé para casa? Pois bem, a verdade é que esse terror material não é nada perto do terror verdadeiro, que é aquele que atinge a alma do leitor atento e das pessoas minimamente sensíveis. E esse é o terror presente nesse livro, cuja leitura pode ser um pouco cansativa devido à organização da linha temporal e à grande quantidade de detalhes. Apesar disso o livro é sensacional e faz jus ao título de clássico do horror, tendo sido também a primeira obra de ficção científica da história (escrito entre 1816 e 1817). Em relação à história, temos de um lado o criador: ilustre estudioso e cientista, Dr. Victor Frankenstein. Arrogante, soberbo, covarde e egoísta. E de outro lado, a criatura: chamada apenas de "monstro" ao longo do livro. Sensível, pavoroso, impulsivo e desgraçado. O livro não trata apenas de um experimento do cientista em criar um ser humano grotesco e que causa medo aos que o vêem, apenas para dizer que é capaz disso. A história, a meu ver, é muito mais profunda, pois acredito que todos temos um pouco de criador e criatura dentro de nós, na mesma linha de trevas e luz, yin e yang. Impossível sermos apenas bons ou maus, somos uma mistura fluida de nossas vivências e escolhas e, para quem acredita, alguma coisa kármica. Mas o que me causou mais dor ao ler esse livro é ver que o "monstro", criado e friamente rejeitado por seu "pai", tornou-se tão violento não de forma inata, mas pelo ambiente ao que foi exposto, pela forma como as pessoas o trataram, como saíam correndo com medo de sua aparência, como o machucaram em virtude disso, como não queriam nunca ouvir o que dizia. E ao mesmo, seu próprio criador o rejeitou desde o seu primeiro instante de vida, não lhe dando oportunidade alguma de tornar-se bom ou ao menos neutro, não lhe dando amor ou qualquer palavra de carinho. Os livros sempre imitam a vida e vice-versa, pois também são arte. Ou seja, o mundo atual está repleto de "monstros", de criaturas de Frankenstein, pessoas e grupos rejeitados por sua aparência, modo de vida, expressão pessoal, escolha religiosa, poder aquisitivo e tantos outros fatores. E o pior de tudo é que minha dor ao ler o livro se replica dia a dia quando paro para refletir sobre as injustiças que existem e referente as quais eu posso, de certa forma, fazer alguma diferença. Mas eu quase nunca faço. Assim como sei que você que está lendo isso também não consegue fazer sempre. Llá no nosso íntimo sabemos o que deve ser feito mas não é conveniente ser bom o tempo todo. E assim é a vida, dor e sofrimento, luz e trevas, gratidão e empatia. Obviamente recomendo essa leitura, um dos melhores livros que já li.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Todo Dia - David Levithan

Editora: Galera Record
Publicação: 2013
Páginas: 280


O livro começou como quem não quer nada, apenas mais um romance YA para dar uma aliviada na mente. Porém, como a maioria desse tipo de literatura, ele tem uma mensagem a passar.

Ainda que a mensagem não seja algo que fique claro desde o início, ou mesmo que seja algo muito clichê, por que de fato é, bons conselhos nunca são demais ;)

Este livro conta a história de A, simplesmente uma pessoa, ou para melhor entender, algo que se parece com uma alma humana, que acorda todo dia num corpo diferente e, consequentemente, numa pessoa diferente.

Confesso que comecei a ler apenas por curiosidade e não imaginei que fosse continuar, mas o livro é bem atraente e terminei em 3 dias. Assim, A sempre acorda no corpo de alguém, pode ser menino ou menina, mas sempre da sua faixa etária (16 anos) e acaba por tomar esse dia emprestado da pessoa. No dia seguinte, ele segue o fluxo e vai para um novo corpo.

A não sabe como isso acontece, nem como controlar, e se acostumou ao longo de sua vida de que ela será sempre assim, sem vínculos, sem laços afetivos, sem passado, sem futuro, sem um lugar para chamar de casa, além de sua própria consciência.

Até que conhece Rihannon, a namorada de Justin, de quem A toma a vida emprestada por um dia. Decide tentar vê-la mais de uma vez, indo contra todas as regras as quais estava acostumado. Aqui vem a parte do romance adolescente que menos gosto, esse porém, acaba sendo mais real e não tão perfeito quanto outros.

O mais legal do livro é que A é uma pessoa totalmente livre de preconceitos, pois já habitou o corpo e a vida, ainda que apenas por um dia, do mais diverso tipo de pessoa, pobre, rico, com saúde, doente, das mais diversas personalidades, características e diferenciais.

Isso tudo é a mensagem principal do livro, o romance é só o caminho a ser percorrido para demonstrar a beleza e a tristeza de estar na pele de todos, de saber que cada pessoa é diferente, inclusive pessoas fisicamente idênticas, como no caso dos gêmeos que ele habitou por um dia.

Finalizando, o livro é rápido de ler e muito interessante. Espero que a mensagem que ele entrega ao leitor permaneça de fato em nosso cotidiano.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Prisioneiros do Inverno - Jennifer McMahon

Editora: Companhia das Letras
Publicação: 2016
Páginas: 360

 
Prisioneiros do Inverno


Esse livro foi interessante. Ele estava na minha lista de livros para ler em 2018, embora não lembre o motivo. Acredito que foi uma indicação.

A leitura é um pouco tensa e a história, a meu ver, bem pesada. Triste. Ele até parece um livro de terror e, para os que não estão acostumados a ler esse gênero, talvez realmente “dê um pouco de medo”. Contudo, para aqueles que já são aficionados do terror/horror/suspense, talvez possam ver através das entrelinhas e passagens sangrentas, o verdadeiro sentido do livro, que é o amor.

Sim, o amor de uma mãe por sua filha, que culminou na desgraça de uma cidade inteira e de maneira eterna. Impossível falar do livro sem contar uma ou outra parte da história. Pois, ao contrário do que consta na sinopse, não é apenas um livro de pessoas desaparecidas e mistérios que rodeiam as florestas invernais da pequena cidade de West Hall.

Não, a história é mais complexa e muito bem elaborada. O livro publicado em 2014 com o título “The Winter People” (As Pessoas do Inverno), foi um best-seller americano, tendo vencido ganhado o prêmio Boston Globe como melhor livro do ano. Acredito que se o livro fosse adaptado para uma série de TV teria muito conteúdo a explorar e não decepcionaria fãs do gênero suspense/drama.

O final do livro é daqueles típicos que “encerram a história”, contando de forma que se possa entender claramente o que aconteceu. Apesar de ser um pouco previsível, a história toda em si compensa o final um pouco simplório. Digo isso por que lemos os pontos de vista de alguns personagens ao longo do livro, de forma intercalada, e não apenas um ponto de vista.

Inicialmente temos fragmentos do Diário de Sara Harrison Shea, escrito nos anos de 1908, contando as histórias terríveis que aprendeu com Titia, sobre como trazer os mortos de volta à vida, como dormentes. No diário, Sara fala de si, de sua família, de seu marido Martin e especialmente de sua filha Sara.

Voltando aos dias atuais podemos ler a história do ponto de vista de Ruthie, sempre na companhia de sua irmã Fawn. Também há a pequena versão de Katherine, esposa de Gary. Todos eles tem algo em comum: a perda de alguém, a saudade e a negação da perda. Esses temas, aliados às informações contidas no Diário de Sara Shea causam uma combinação nada agradável. 

A história contida no Diário de Sara se torna um livro e ela, uma celebridade local, principalmente após sua morte. Porém, as últimas folhas do diário, que tem as informações mais cruciais sobre os dormentes estão perdidas e várias pessoas as buscam, seja pelo interesse financeiro ou pessoal.

Todos esses aspectos tornam o livro muito interessante e prazeroso de se ler. Muito recomendado, valeu a pena a leitura!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Jantar Secreto - Raphael Montes

Editora: Companhia das Letras
Publicação: 2016
Páginas: 360
Site do autor: https://www.raphaelmontes.com.br

Mais um livro de Raphael Monte que me encanta! O autor, no meu ponto de vista, conseguiu fazer os leitores ao menos refletirem sobre o assunto do livro: antropofagia. E quando eu digo “refletirem” não quero dizer concordar, porém fica uma curiosidade no ar, dada a clareza de detalhes apresentados pelo autor.
Já no primeiro capítulo Dante, um dos personagens principais, nos apresenta o Enigma da Carne de Gaivota, que consiste no seguinte: um homem entra num restaurante, pede carne de gaivota, come, vai para casa e comete suicídio. Por que? Resumindo, ocorre que o homem sofreu um acidente de avião, caem numa ilha, no acidente sua esposa desapareceu, os outros sobreviventes ofereceram carne de gaivota ao homem todos os dias, ele comeu e gostou, foi resgatado e quando provou carne de gaivota no restaurante, ele se deu conta que era muito diferente daquela que comeu na ilha. Ou seja, ele comeu a carne da própria esposa!
Após o enigma, que aparece como referência no livro todo, é contada a história de quatro amigos que se veem devedores de uma grande quantia para a imobiliária. Assim, decidem promover uma janta, onde os convidados pagarão um valor para provar algo... diferente.
Porém, no anúncio do jantar na internet, ao invés de colocar um cardápio comum e socialmente aceito, eis que Leitão – um dos quatro amigos, altera a carne do jantar para “humana”. Sim, isso mesmo, carne humana! E agora eles terão de resolver esse pequeno detalhe, pois 10 pessoas já reservaram seu lugar à mesa!
Eu gostei muito de ler, é um livro com leitura bem fluida, deixando o leitor ansioso pelo próximo capítulo, como todos do Raphael Montes (sim, eu tenho grande afeição por esse autor).


Para quem gosta de suspense e não tem problema com cenas sangrentas e dilemas morais, recomento ler O Jantar Secreto!
Prato principal é carne humana.....



sexta-feira, 24 de março de 2017

Para Sempre Alice - Lisa Genova

Publicação: 2015
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 288
Sinopse no Skoob: Alice (no filme, interpretada por Julianne Moore) sempre foi uma mulher de certezas. Professora e pesquisadora bem-sucedida, não havia referência bibliográfica que não guardasse de cor. Alice sempre acreditou que poderia estar no controle, mas nada é para sempre. Perto dos cinqüenta anos, Alice Howland começa a esquecer. No início, coisas sem importância, até que ela se perde na volta para casa. Estresse, provavelmente, talvez a menopausa; nada que um médico não dê jeito. Mas não é o que acontece. Ironicamente, a professora com a memória mais afiada de Harvard é diagnosticada com um caso precoce de mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável. Poucas certezas aguardam Alice. Ela terá que se reinventar a cada dia, abrir mão do controle, aprender a se deixar cuidar e conviver com uma única certeza: a de que não será mais a mesma. Enquanto tenta aprender a lidar com as dificuldades, Alice começa a enxergar a si própria, o marido (Alec Baldwin), os filhos (Kate Botsworth, Hunter Parrish e a queridinha de Hollywood, Kirsten Stewart) e o mundo de forma diferente. Um sorriso, a voz, o toque, a calma que a presença de alguém transmite podem devolver uma lembrança – mesmo que por instantes, e ainda que não saiba quem é.
Minha Avaliação: 5



Amei e odiei ter lido esse livro, ao mesmo tempo. É um livro muito triste, a meu ver. A protagonista do livro, Alice Howland, é diagnosticada com Doença de Alzheimer de Instalação Precoce aos 42 anos.

Durante toda a narrativa do livro é possível sentir a angústia da personagem, cuja doença vai se agravando pouco a pouco. É uma doença horrível, pois afeta o cérebro, que é o órgão responsável por todas as outras funções do corpo.

Conseguimos sentir no livro também todo o drama e apreensão da família de Alice, que se vê inicialmente chocada com a notícia de que, tão nova, já possui essa doença.

Alice era professora e pesquisadora renomada da Universidade de Harvard. Escrevia artigos, livros, dava palestras, lecionava. Tudo isso com muita autoridade e excelência. Assim, descobrir-se com Alzheimer, sabendo que iria esquecer como foi sua vida, esquecer de todas essas experiências, sentimentos, formas de funcionamento dos objetos, entre outras coisas...
É um livro muito bom, gostei muito, mas dá um aperto no coração. 

Nos damos conta de que há coisas que não conseguimos controlar. Não há dinheiro no mundo que seja capaz de retardar o avanço dessa enfermidade. Sendo assim, é bom aproveitarmos a vida em cada momento, HOJE, a fim de que ela seja bem vivida e recordada.

Recomendo a todos!




domingo, 12 de fevereiro de 2017

O Restaurante no Fim do Universo - Douglas Adams

Publicação: 2004
Editora: Sextante
Páginas: 229
Minha Avaliação: 4



Esse é o segundo livro da série "Guia do Mochileiro das Galáxias". Eu acredito que não estava no clima para ler esse livro. Do primeiro eu gostei muito, mas esse, infelizmente, eu li arrastando.

Ele segue a mesma "linha" do primeiro: um humor irônico e muito inteligente. Eu demorei para ler, mas ao fim eu gostei bastante.

Como sempre, ele é bem interessante para ter uma nova visão do universo e das coisas que acreditamos como certas quando, na verdade, não temos como ter certeza!

Vou colar uma parte do livro que me chamou mais a atenção:

- Esse Deus põe uma macieira no meio de um jardim e diz "vocês façam o que vocês quiserem, ah, mas não comam a maçã". Surpresa surpresa, eles comem e ele pula de trás de uma moita gritando "Peguei vocês!". Não teria feito muita diferença se eles não tivessem comido.
- Por que não?
- Porque se você está lidando com alguém que tem o tipo da mentalidade de quem deixa um chapéu na calçada com um tijolo embaixo para os outros chutarem pode ter certeza que ele não vai desistir. No fim ele te pega.


Super recomendo!


Plutão - R.J. Palácio

Publicação: 2015
Editora: Intrínseca
Páginas: 90
Minha Avaliação: 3


Quem leu e gostou de Extraordinário, com certeza irá gostar de Plutão. Nesse livro, a autora conta um pouco da história de Christopher, melhor amigo de August Pullman.

É um livro bem curto, com escrita fácil e muito gostoso de ler. Chris não possui o rosto com anomalias, assim como Auggie, Dessa forma, pode-se pensar que sua vida seria muito melhor, certo?

Sim, claro que é um pouco menos complicada. Mas, mesmo assim, ele passa por alguns "dramas" comuns a todo adolescente e, também, algumas situações por ser amigo de Auggie e presenciar o preconceito à ele direcionado.

De qualquer forma, ser amigo de Auggie transforma Chris num menino mais tolerante com as outras pessoas, assim como lhe dá uma visão mais empática do mundo.

É um livro que eu recomendo, como complemento à Extraordinário. 


Se Houver Amanhã - Sidney Sheldon

Publicação: 2009
Editora: Record
Páginas: 402
Sinopse no Skoob: Crimes perfeitos, como o roubo de um quadro de Goya do Museu do prado, são um desafio pára Tracy Whitney...
Minha Avaliação: 3




Quem gosta de Sidney Sheldon ou de um romance policial básico, certamente irá gostar desse livro. Não é meu estilo preferido, li por indicação de um amiga mas, ao fim, gostei bastante.

O livro trata, especialmente, de vingança. Tracy Whitney é presa injustamente, em uma situação onde os leitores se compadecem da personagem. Chegamos mesmo a pensar que ela estava apenas tentando fazer a coisa certa!

Porém, o poder, em todos as aspectos da vida, é o que acaba ditando as regras. E digo isso em todos os sentidos, tanto na vida fictícia como nesse livro, como na nossa própria vida. 

Presa e não podendo confiar em ninguém, Tracy começa a arquitetar suas vinganças. Sim, no plural, pois ela está onde está por culpa de algumas pessoas, que deverão pagar por isso.

Os planos orquestrados no livro são muito bem elaborados e de uma inteligência aguçada, típica de Sheldon.

É um livro de leitura muito rápida e ótimo para passar o tempo 

Recomendo!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A Distância Entre Nós - Thrity Umrigar

Publicação: 2006
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 336
Sinopse no Skoob: https://www.skoob.com.br/a-distancia-entre-nos-130ed178.html
Minha Avaliação: 4



Eu gostei, é um livro muito interessante, diferente do que estou acostumada a ler. A escrita é boa, sem muitas enrolações, a leitura flui tranquilamente.
No livro somos apresentados à duas realidades diferentes que, ao mesmo tempo, são bem semelhantes. 

De um lado, uma família que pertence à uma casta da sociedade média-alta da Índia. Nessa família, a esposa/mãe Sera vive conflitos com seu marido e sua sogra. Mas não são simples conflitos de família e sim segredos que precisam ser guardados, emoções e palavras que precisam ser controladas e uma vida que, em suma, não pode ser vivida em seu extremo. A vida de Sera foi marcada por silêncios, pois apesar de ser uma pessoa estudada e bem educada, sua voz não tem vez dentro daquela família.

De outro lado, sua empregada Bhima, o oposto de Sera. Bhima vive na favela com sua neta Maya, numa situação de extrema pobreza. Sua vida foi marcada por decepções, abandonos e medos diversos. Bhima é uma pessoa simples e sem estudos, que dedicou quase toda sua vida para trabalhar na casa e para a família de Sera e seu marido Feroz.

E qual o destino de cada uma dessas mulheres? O livro conta a história das duas e não é possível dizer quem sofre mais. Pois os tipos de sofrimentos e alegrias são diferentes, impossível mensurar numa escala racional. 

É um livro que fale a pena ler.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

IT (A Coisa) - Stephen King



Publicação: 2014
Editora: Suma de Letras
Páginas: 1103
Avaliação: 5 Estrelas (e favorito!) <3

Você tem medo de palhaços? Ou será que talvez tenha medo do MEDO que o palhaço (ou qualquer outra coisa) te proporciona? O livro IT de Stephen King, mestre do terror, foi uma experiência literária maravilhosa. Essa obra prima tornou-se um dos meus livros favoritos da vida! É o tipo de livro que você quer acabar, para saber o que vai acontecer e ao mesmo tempo quer ler para sempre, para não se despedir dos personagens e dessa história contagiante...



É complicado resenhar esse livro sem dar spoilers, mas agora, passada a ressaca causada por ele, tentarei convencer mais pessoas a vivenciarem essa jornada incrível que é IT.



Stephen King tem muitos livros que nos deixam aterrorizados e eu achei, sinceramente, que IT seria um deles. Pensei que um palhaço serial killer, que mata crianças em uma pequena cidade do Maine me deixaria com medo de pompons e roupas coloridas. Imaginei que ficaria noites acordadas com medo de encontrar Pennywise (e olha que é difícil eu ter medo de algum livro ou ficar acordada à noite)! Imaginei que eu diria “nossa, melhor terror que já li!”



Mas não, IT para mim não foi um simples livro de terror/suspense. IT me trouxe abordagens que vão muito além disso. Foi um livro que me fez (e ainda faz) refletir sobre o medo em si, a forma como o enfrentamos, a coragem de que precisamos para superá-lo.



Foram mais de 1000 páginas que me levaram de volta à infância, essa fase onde acreditamos que tudo pode ser resolvido, basta querer e acreditar. Esse paralelo que King faz entre infância e vida adulta é muito interessante, uma vez que agora, adultos, nos preocupamos com coisas que poderiam ser simplificadas, se vistas da ótica das crianças.



E quanto ao desfecho, da origem da Coisa... Foi algo que me desconcertou. Mas de uma maneira bem interessante.



Enfim, vou deixar a sinopse abaixo, para os interessados em ler essa preciosidade que é IT – A Coisa (Stephen King).



Sinopse: Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e... do medo. O mais profundo e tenebroso medo. 



Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. 



Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. 



A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. 



Em 'It - A Coisa', clássico de Stephen King em nova edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.