quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O Cortiço - Aluísio de Azevedo

Publicado em 2009 pela Ática. 37ª Edição. 252 páginas.
Adaptação: Filme de 1978 (veja aqui)

Sinopse: No Rio de Janeiro do final do Império, o cotidiano miserável de uma habitação coletiva. Em seus cubículos amontoam-se os desfavorecidos e marginalizados da sociedade, com suas agruras e percalços na luta pela sobrevivência.

Trabalhadores modestos, imigrantes, malandros, prostitutas... Em meio a tantos personagens marcantes, o protagonista deste livro é o próprio cortiço, que parece adquirir vida própria e arrasta tudo e todos com seu ímpeto de degradação.


Resenha: Um dos clássicos da literatura brasileira que não li no ensino médio e resolvi me aventurar agora, depois de deixá-lo tantos anos na lista de espera.

É um livro que inicialmente senti um pouco de dificuldade por desconhecer o significado de algumas palavras. Afinal, ele foi escrito em 1890!

Apesar disso, achei a história bem interessante, cheia de paixões irracionais e emoções à flor da pele, retratando bem a experiência humana, em seu sentido bem primitivo, instintivo.

Existe muito amor “proibido”, desafios de honra, muita festa e samba em meio à desgraça, comparativos claros entre os de ascendência portuguesa e os brasileiros “natos”, assassinato, drama, guerrilhas entre grupos rivais, mas também muito desejo insaciável, sonhos de amor, despertar de habilidades e trajetórias sempre desviadas do objetivo inicial.

Como são vários personagens, demorei para me ambientar na história, mas o principal deles, Romão, dono do Cortiço, é lido em praticamente todos os capítulos.

E a história versa principalmente sobre ele, sobre seus sonhos, ambições, sentimentos, conquistas e perdas.
 
Até chegar no fatal arrependimento ao fim do último capítulo, deixando em aberto a reflexão ao leitor sobre o que é de fato mais importante na vida.

Mas como a vida é uma constante evolução, todas as lições que aprendemos nos livros e demais artes não conseguimos apreender instantaneamente, mas vale a pena registrar na alma e tentar colocar-se no lugar de Romão, durante toda a sua trajetória.

Gostei, indico, acredito que se tivesse lido no ensino médio não teria gostado nem mesmo compreendido.





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