sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Muito Mais que 5inco Minutos - Kéfera Buchmann

Publicação: 2015
Canal 5inco Minutos: https://www.youtube.com/user/5incominutos

Sinopse

Você conhece a Kéfera? Pois deveria! Com 22 anos, Kéfera Buchmann reúne quase doze milhões de seguidores nas suas mídias sociais (YouTube, Facebook, Twitter e Instagram). Só o seu canal no YouTube, “5inco minutos” (procura aí na internet), tem cinco milhões de assinantes e é o quarto mais visto do Brasil.

Tá achando pouco? Ela ainda recebe diariamente centenas de mensagens de fãs do Brasil todo e é parada na rua a todo momento. Se o YouTube é de fato a nova televisão, como acha muita gente, hoje Kéfera é o equivalente aos antigos astros globais. Tão conhecida e amada quanto eles.

Neste livro, que tem literalmente a sua cara, Kéfera parte de sua vida para falar de relacionamentos, bullying, moda, gafes e conta uma série de histórias divertidas com as quais é impossível não se identificar.


Resenha

Que comece a polêmica! Kéfera é daqueles tipos de pessoas que ou a gente ama ou a gente odeia. Eu discordo, na verdade. Prefiro não odiar ninguém e não amar quem não conheço. Mas é fato que dei muita risada com esse livro, valeu muito a leitura!

Já conhecia o canal dela e acompanho alguns vídeos seus, que também são muito engraçados. Ok, alguns podem ser sem noção, talvez apelativos, mas ela é apenas uma jovem de 22 anos. Agora, extrovertida, encontrou na internet uma forma de se expressar e, claro, ganhar dinheiro.

O livro não fala do canal em si (há indícios de que haverá um 2º livro), mas sim da sua vida. E eu particularmente achei muito interessante, principalmente para os jovens de hoje em dia, já que ela possui muitos fãs, pessoas que se inspiram na sua vida.

Levando em conta que tudo que está no livro é verdade, ela realmente pode ser considerada uma pessoa que superou inúmeras dificuldades e está muito bem, obrigada.

Ela sofreu bullying durante a maior parte da adolescência, por estar acima do peso. Mas deu a volta por cima (e como!). O livro apresenta também a relação com sua mãe que, também através dos vídeos, é algo bonito de ver. Há diversas situações engraçadas e também frases de incentivo às pessoas que possam ter vivido os mesmos dramas.

Se foi um livro feito exclusivamente para ganhar dinheiro, nunca saberemos. Afinal, a intenção do coração de cada um ninguém pode saber. Mas com certeza o livro (aliado às outras mídias de Kéfera) pode auxiliar o público adolescente, para que viva uma vida mais despreocupada e despojada de rótulos e preconceitos.

Recomento a leitura para os que já gostam dela e para os que pretendem conhecê-la melhor. Aos haters, ela tem um recado nas primeiras páginas do livro hehe. Mas, ainda assim, acredito que umas 3 horinhas não farão falta, pelo menos darão boas risadas. ;)

                                 ★★★★★

"Quando a gente é novo, tudo é muito intenso. Sofremos à toa, sempre, por qualquer coisa. Se a Kéfera de agora pudesse voltar naquela época para dar um conselho para a Kéfera de doze anos, seria: 'Relaxa, daqui a uns anos você vai estar tão feliz que não vale a pena chorar por esse cara agora'. Mas isso não aconteceu."

Kéfera e sua cadela Vilma Tereza

As Irmãzinhas de Eluria - Stephen King

Título original: The Little Sisters of Eluria
Publicação original: 1998


Resenha

Esse conto pode ser considerado um prelúdio à série A Torre Negra, mas é independente desta. Seu protagonista é Roland, de Gilead.

Roland é um pistoleiro, no melhor estilo faroeste da palavra. O conto inicia com sua chegada à pequena cidade de Eluria, nos confins do mundo, com seu cavalo que está à beira da morte.

A cidade está deserta e Roland desconfia que algo terrível aconteceu, para devastar toda a população. Assim, observando um corpo (humano) numa vala, é atacado por seres (não humanos) verdes, que o golpeiam até ele desmaiar.

Quando acorda, encontra-se num tenda/hospital e é recebido por umas freiras simpáticas e bondosas, que possuem bichinhos de estimação. E todos vivem felizes para sempre.

Só que não! :-p

É um conto bastante interessante, com horror e fantasia na medida certa! Ansiosa para ler a série, que inicia com ele, Roland, em "O Pistoleiro".

Recomendado!

★★★★★




quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Eu, Robô - Isaac Asimov

Título original: I, Robot
Publicação original: 1950
Tradução: Jorge Luiz Calife
Adaptação: Filme de 2004 (veja o trailer).

Sinopse

Eu, robô é parte de uma das três grandes séries de Asimov: Robôs, Fundação e Império. Retoma uma das personagens principais, a grande roboticista Susan Calvin, e a faz contar, em retrospecto, histórias que resumem a evolução da robótica. 

A narrativa engenhosa conduz o leitor com um didatismo disfarçado: levados pela imaginação e pelo humor de Asimov, nem nos damos conta da lição de história da robótica que acabamos aprendendo. 

Entre a babá da primeira história e a Máquina, com maiúscula, que controla toda a Terra, na última, há ainda espaço para robôs que enlouquecem, que fazem piadas, que lêem pensamentos e até robôs orgulhosos de serem mais espertos do que os seres humanos... 

Eu, Robô também apresenta as três leis da robótica, outro alicerce da ficção científica. De acordo com elas, a primeira obrigação de um robô é proteger seres humanos, a segunda é obedecer às ordens de humanos e a terceira é se proteger. 

A aparente simplicidade esconde os numerosos conflitos que podem surgir, e servem de mote para mais de uma história. Eu robô foi adaptado para o cinema.


Resenha


Para um livro escrito em 1950, ele é muito atual. Eu estava com uma expectativa maior acerca de Asimov, por isso quero continuar lendo sua obra (provavelmente A Fundação). Porém, posso dizer que gostei de “Eu, Robô”. 

É uma coletânea de contos, que estão interligados. Na introdução, um repórter da Imprensa Interplanetária entrevista a Dra. Susan Calvin, uma robôpsicóloga altamente reconhecida. A partir daí, ela conta nove histórias sobre o mundo dos robôs (e seu aspecto humano), os quais vão evoluindo gradativamente conforme ela as narra. 

Apenas para contextualizar, Susan nasceu em 1982, no mesmo ano da criação da empresa US Robôs e Homens Mecânicos, gigante industrial da história humana. A Dra. Possui 75 anos, sendo, portanto, o ano de 2057. 

Uma crítica: há fortes traços machistas no livro. A Dra. Calvin é seguidamente destratada por seus colegas de trabalho, todos homens. Ela também é retratada sempre como uma pessoa inferior, em que pese sua memorável formação acadêmica e experiência profissional. Além disso, todos parecem estar sempre alterados, gritando entre si e agindo sem muita educação. 

É importante também conhecer as Três Leis da Robótica, que estão presentes em todos os robôs construídos com os cérebros positrônicos. São elas: 

1) Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal. 

2) Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a primeira Lei. 

3) Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e a Segunda Leis. 

Vou fazer um breve apanhado dos contos, para mostrar como são interessantes. 

1. Robbie: Conta a história de Robbie, um robô que não fala, comercializado a partir de 1996 e que era vendido para servir de babá. A história é muito linda, pois trata da amizade de Robbie com uma menina chamada Gloria. Apesar de ser um robô mudo, consegue demonstrar sentimentos, ainda que arcaicos, não sendo apenas uma simples máquina. A mãe de Gloria preocupa-se com o desenvolvimento da filha, que não convive com outras crianças, por preferir a companhia de Robbie. 

2. Brincadeira de Pegar. Conta a história de um robô um pouco mais evoluído que o primeiro, e seu nome é Speedy. Nesse conto, dois especialistas em robótica, Greg e Mike, estão numa missão interplanetária para coletar selênio. Speedy é um robô falante e já possui alguns dilemas morais em relação ao conflito entre as Leis da Robótica. Gostei muito deste também. 

3. Razão. Greg e Mike estão em outra missão, desta vez com um robô ainda mais evoluído, chamado Cutie, que demonstra traços de arrogância e superioridade em relação aos seres humanos, passando a questionar sua existência e sua subordinação. É um conto um pouco angustiante.

4. Pegar o Coelho. Agora Greg e Mike descobrem que o robô Dave e seus 6 subordinados, quando não estão sendo vigiados, deixam o trabalho de lado e começam a realizar manobras militares. Quando os humanos se aproximam, voltam ao trabalho. Eles tentam então descobrir o motivo dessa mudança de comportamento. 

5. Mentiroso! Herbie é um robô que lê pensamentos e, nesse conto, a própria Dra. Calvin vivenciou a história. Já não bastassem robôs falantes e conscientes, imaginem um que lê pensamentos humanos! Certamente não será um mar de rosas. Ótimo conto também. 

6. Pobre Robô Perdido. O Robô Nestor 10, mentalmente instável, acaba por perder-se no meio de outros 62 robôs. Para ele, a 1ª Lei está modificada e, assim, pode ter tendências violentas em relação aos seres humanos. Dra. Calvin tenta resolver esse problema. 

7. Fuga! Agora há um problema político, uma disputa econômica entre a US Robôs e a Consolidated Robôs, com provável golpe por parte desta última. O robô em questão é Cérebro, que constrói uma poderosa nave interplanetária, na qual viajarão Mike e Greg. Cérebro é extremamente inteligente mas, conforme os robôs vão evoluindo, os dilemas morais e a superioridade também...

8. Prova. Este conto é interessantíssimo, pois um rival do candidato a prefeito Byerley espalha o rumor de que ele seja um robô humanóide. Para provar, querem que ele passe por diversos testes. A Dra. Calvin também está presente neste e demonstra uma incrível habilidade para entender os robôs daquela época.

9. Conflito Evitável. No último conto há uma tensão mundial, onde pequenos detalhes que podem dar início a uma “Guerra Final” da humanidade. O mundo não está mais dividido por nações e, sim, 4 regiões, cada uma controlada pelas Máquinas. As Máquinas atuam sempre em prol dos humanos, principalmente na esfera econômica. Assim, não existe mais fome e miséria no mundo. Entretanto, isso pode não ser tão bom assim. 

Enfim, vale muito a pena! 

Avaliação:★★★

"Talvez você deva dizer: que coisa maravilhosa! Lembre-se de que, afinal, de agora até o final dos tempos, todos os conflitos são evitáveis. De agora em diante, apenas as Máquinas são inevitáveis!"