domingo, 11 de fevereiro de 2018

Todo Dia - David Levithan

Editora: Galera Record
Publicação: 2013
Páginas: 280


O livro começou como quem não quer nada, apenas mais um romance YA para dar uma aliviada na mente. Porém, como a maioria desse tipo de literatura, ele tem uma mensagem a passar.

Ainda que a mensagem não seja algo que fique claro desde o início, ou mesmo que seja algo muito clichê, por que de fato é, bons conselhos nunca são demais ;)

Este livro conta a história de A, simplesmente uma pessoa, ou para melhor entender, algo que se parece com uma alma humana, que acorda todo dia num corpo diferente e, consequentemente, numa pessoa diferente.

Confesso que comecei a ler apenas por curiosidade e não imaginei que fosse continuar, mas o livro é bem atraente e terminei em 3 dias. Assim, A sempre acorda no corpo de alguém, pode ser menino ou menina, mas sempre da sua faixa etária (16 anos) e acaba por tomar esse dia emprestado da pessoa. No dia seguinte, ele segue o fluxo e vai para um novo corpo.

A não sabe como isso acontece, nem como controlar, e se acostumou ao longo de sua vida de que ela será sempre assim, sem vínculos, sem laços afetivos, sem passado, sem futuro, sem um lugar para chamar de casa, além de sua própria consciência.

Até que conhece Rihannon, a namorada de Justin, de quem A toma a vida emprestada por um dia. Decide tentar vê-la mais de uma vez, indo contra todas as regras as quais estava acostumado. Aqui vem a parte do romance adolescente que menos gosto, esse porém, acaba sendo mais real e não tão perfeito quanto outros.

O mais legal do livro é que A é uma pessoa totalmente livre de preconceitos, pois já habitou o corpo e a vida, ainda que apenas por um dia, do mais diverso tipo de pessoa, pobre, rico, com saúde, doente, das mais diversas personalidades, características e diferenciais.

Isso tudo é a mensagem principal do livro, o romance é só o caminho a ser percorrido para demonstrar a beleza e a tristeza de estar na pele de todos, de saber que cada pessoa é diferente, inclusive pessoas fisicamente idênticas, como no caso dos gêmeos que ele habitou por um dia.

Finalizando, o livro é rápido de ler e muito interessante. Espero que a mensagem que ele entrega ao leitor permaneça de fato em nosso cotidiano.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Prisioneiros do Inverno - Jennifer McMahon

Editora: Companhia das Letras
Publicação: 2016
Páginas: 360

 
Prisioneiros do Inverno


Esse livro foi interessante. Ele estava na minha lista de livros para ler em 2018, embora não lembre o motivo. Acredito que foi uma indicação.

A leitura é um pouco tensa e a história, a meu ver, bem pesada. Triste. Ele até parece um livro de terror e, para os que não estão acostumados a ler esse gênero, talvez realmente “dê um pouco de medo”. Contudo, para aqueles que já são aficionados do terror/horror/suspense, talvez possam ver através das entrelinhas e passagens sangrentas, o verdadeiro sentido do livro, que é o amor.

Sim, o amor de uma mãe por sua filha, que culminou na desgraça de uma cidade inteira e de maneira eterna. Impossível falar do livro sem contar uma ou outra parte da história. Pois, ao contrário do que consta na sinopse, não é apenas um livro de pessoas desaparecidas e mistérios que rodeiam as florestas invernais da pequena cidade de West Hall.

Não, a história é mais complexa e muito bem elaborada. O livro publicado em 2014 com o título “The Winter People” (As Pessoas do Inverno), foi um best-seller americano, tendo vencido ganhado o prêmio Boston Globe como melhor livro do ano. Acredito que se o livro fosse adaptado para uma série de TV teria muito conteúdo a explorar e não decepcionaria fãs do gênero suspense/drama.

O final do livro é daqueles típicos que “encerram a história”, contando de forma que se possa entender claramente o que aconteceu. Apesar de ser um pouco previsível, a história toda em si compensa o final um pouco simplório. Digo isso por que lemos os pontos de vista de alguns personagens ao longo do livro, de forma intercalada, e não apenas um ponto de vista.

Inicialmente temos fragmentos do Diário de Sara Harrison Shea, escrito nos anos de 1908, contando as histórias terríveis que aprendeu com Titia, sobre como trazer os mortos de volta à vida, como dormentes. No diário, Sara fala de si, de sua família, de seu marido Martin e especialmente de sua filha Sara.

Voltando aos dias atuais podemos ler a história do ponto de vista de Ruthie, sempre na companhia de sua irmã Fawn. Também há a pequena versão de Katherine, esposa de Gary. Todos eles tem algo em comum: a perda de alguém, a saudade e a negação da perda. Esses temas, aliados às informações contidas no Diário de Sara Shea causam uma combinação nada agradável. 

A história contida no Diário de Sara se torna um livro e ela, uma celebridade local, principalmente após sua morte. Porém, as últimas folhas do diário, que tem as informações mais cruciais sobre os dormentes estão perdidas e várias pessoas as buscam, seja pelo interesse financeiro ou pessoal.

Todos esses aspectos tornam o livro muito interessante e prazeroso de se ler. Muito recomendado, valeu a pena a leitura!