quinta-feira, 23 de julho de 2015

No Coração da Floresta - Emily Murdoch

Título original: If You Find Me
Tradução: Maryanne Linz
Editora: Agir Now
Publicação da edição lida: 2015
Páginas: 272 (tempo de leitura estimado no e-book: 2h40min)

Sinopse

E se tudo o que você soubesse fosse uma mentira? E se a pessoa que deveria te proteger não tivesse condições nem mesmo de cuidar de si mesma? Carey é uma jovem de 15 anos com uma história de vida difícil. Levada às escondidas pela mãe para um parque nacional quando ainda era uma criança, tudo o que ela e a irmã menor conhecem é a floresta. Elas só têm uma a outra, considerando que a mãe, viciada em drogas e mentalmente instável, muitas vezes desaparece por dias sem fim. É durante um desses sumiços que repentinamente as meninas se vêem diante de dois estranhos, que as tiram da floresta e as levam para um mundo novo e surpreendente de roupas, meninos e aulas. Agora Carey precisa enfrentar a verdade por trás do seu passado e decidir se vale a pena revelar um terrível segredo, que, caso descoberto, pode colocar em risco a segurança e a nova vida das duas irmãs. No coração da floresta foi indicado a inúmeros prêmios, como a Carnegie Medal em literatura, e seus direitos foram vendidos para 8 países. Primeiro livro de Emily Murdoch, recebeu a seguinte crítica estrelada do Booklist: “Um livro cheio de dor e esperança. Uma estreia surpreendente.”



Resenha (com pequenos spoilers)

Sobre a narrativa em si, me pareceu bem fluente, cheia de detalhes, o que facilita muito a imaginação! É um livro um tanto quanto poético, com ensinamentos que a protagonista Carey nos transmite ao longo da estória. 

Conta a vida de duas irmãs, negligenciadas pela mãe que é viciada em anfetaminas, que vivem em um velho trailer numa floresta. A mãe as afastou de todos, culpando o pai de Carey por esta separação. É um livro cheio de mistérios que são resolvidos quase no final, mas o desenrolar da estória é muito interessante.

Carey, com 15 anos, tomou para si a responsabilidade de cuidar da pequena Jenessa, sua irmã de 7 anos. Elas são inseparáveis e o amor que nutrem uma pela outra é inspirador. Numa manhã, as meninas deparam-se com a presença de uma assistente social e de um homem que foram a sua procura para levá-las à cidade. Explicam que receberam uma carta da mãe das meninas, na qual alega não possuir mais condições de cuidá-las.

Assim, as meninas partem para uma nova vida, onde admiram-se ao conhecer coisas tão cotidianas para nós, como água encanada, uma boa cama e um espelho. A estória se desenrola conforme o passado vai sendo revelado.

A meu ver é uma linda estória, com passagens muito delicadas e sensíveis. O final, para alguns, pareceu em aberto, mas eu acredito que o desfecho ficou subentendido. Um livro que nos faz refletir sobre as oportunidades que temos e, muitas vezes, não valorizamos o suficiente.

Recomendo a leitura!


Avaliação: ★★


"A gente recebe o que merece, Carey. Algumas vezes somos os que recebem, outras vezes, os que dão."
(Joelle) - p.244

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Príncipe Caspian (As Crônicas de Nárnia) - C. S. Lewis

#2 (Ordem de Publicação) #4 (Ordem Cronológica)
Título original: Prince Caspian (The Chronicles of Narnia)
Tradução: Paulo Mendes Campos
Editora: Martins Fontes
Publicação da edição lida: 1997
Primeira publicação: 1951
Páginas: 215 
Adaptação: Filme "Príncipe Caspian", lançado no Brasil em 2008 (veja o trailer)

Sinopse


Tempos difíceis abateram-se sobre a terra encantada de Nárnia. Os dias de paz e liberdade, em que os animais, anões, árvores e flores viviam em absoluta paz e harmonia, estavam terminados. A guerra civil dividia o reino, e a destruição final estava próxima. O príncipe Cáspian, herdeiro legítimo do trono, decide trazer de volta o glorioso passado de Nárnia. Soprando sua trompa mágica, ele convoca Pedro, Suzana, Edmundo e Lúcia para ajudá-lo em sua difícil tarefa.


Resenha

A linguagem é de fácil compreensão, tal como nos outros volumes da série. A narrativa é fluente e os capítulos são curtos. 

Em que pese ser um livro considerado infantil, Príncipe Caspian traz abordagens interessantes sobre a vida como um todo. De acordo com a sinopse, um ano se passou desde a aventura vivida pelos irmãos Pevensie em "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa". Em Nárnia, porém, o tempo corre diferente e, lá chegando, percebem que passaram-se séculos desde que foram Reis e Rainhas.

Durante a estória, conhecemos o personagem Caspian, um menino um tanto quanto imaturo, que vive com seu tio, atual Rei de Nárnia. Caspian tem adoração pela história da antiga Nárnia, onde haviam animais falantes, centauros, dríades, faunos e outros tantos seres mitológicos vivendo em plena harmonia.

A atual Nárnia pertence tão somente aos homens, descendentes dos telmarinos. Até mesmo os anões foram renegados ao esquecimento! Para os novos narnianos tudo não passa de lenda, mas para Caspian torna-se seu sonho provar que esse passado foi verdadeiro.

Os irmãos Pevensie percorrem o mundo mágico em busca de respostas, pois se foram trazidos para Nárnia novamente, foi por alguma razão. Eles então encontram alguns antigos habitantes, os convencem de que são os Reis e Rainhas por direito e embarcam numa aventura para trazer à vida a antiga Nárnia, juntamente com Caspian.

Alguns temas cristãos são abordados, como é costume em todas as Crônicas da série. A principal referência, a meu ver, é em relação à Aslam. Inicialmente apenas Lúcia consegue vê-lo, possivelmente por ser a mais inocente das crianças. Seus irmãos não acreditam que Aslam esteja presente e relutam para acreditar na palavra de Lúcia.

O final é bem interessante e as crianças voltam para o mundo real, com pesar no coração, pois terão de abandonar esse mundo encantado onde são personagens tão importantes e no qual viveram tantas experiências.

Recomendo a leitura, assim como o restante das Crônicas!



Avaliação: ★★★★★




"Não seria medonho se um dia, no nosso mundo, os homens se transformassem por dentro em animais ferozes, como os daqui, e continuassem por fora parecendo homens, e a gente assim nunca soubesse distinguir uns dos outros?"

(Lúcia) - p. 405 (Volume Único)

Vale lembrar que As Crônicas de Nárnia podem ser lidas a partir de sua Ordem Cronológica ou, preferencialmente, a partir de sua Ordem de Publicação.



Ordem de PublicaçãoOrdem Cronológica
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-RoupaO Sobrinho do Mago
Príncipe CaspianO Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa
A Viagem do Peregrino da AlvoradaO Cavalo e seu Menino
A Cadeira de PrataPríncipe Caspian
O Cavalo e seu MeninoA Viagem do Peregrino da Alvorada
O Sobrinho do MagoA Cadeira de Prata
A Última BatalhaA Última Batalha

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Will & Will - John Green e David Levithan

Título original: Will Grayson, Will Grayson
Tradução: Raquel Zampil
Editora: Galera Record
Publicação da edição lida: 2013
Primeira publicação: 2010
Páginas: 266 (tempo de leitura estimado no e-book: 3h15min)
Prêmios Recebidos: Prêmio Milwaukee County - Livro Adolescente (2011), Prêmio Stonewall - Livro de Honra (2011), Nominado para o Goodreads Choice - Livro YA (Young/Adult) (2010), entre outros.

Sinopse

Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de épicas proporções. O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos do ensino médio.






Resenha

Não é meu gênero favorito (Young Adult/Adolescente), mas é uma leitura prazerosa. A linguagem é simples e acessível e a leitura é fluente. Os capítulos são curtos e contados dos pontos de vista de cada Will, intercaladamente. 

Conforme a sinopse, a estória trata do encontro de dois adolescentes com o mesmo nome: Will Grayson. Desde o início é fácil envolver-se com os personagens, pois acredito que a descrição dos mesmos e a desenvoltura da estória chamam a atenção do leitor.

De um lado, um garoto tímido, cujos lemas de vida são: "não se importar com nada" e "manter a boca fechada". De outro, um adolescente problemático e depressivo, com dificuldades de relacionamento. O primeiro tem como melhor amigo Tiny Cooper que, a meu ver, chama mais atenção durante o decorrer do livro que os dois personagens principais. O segundo Will tem como "amiga" a menina Maura. Entre aspas por que, na verdade, ela é mais colega que amiga, de acordo com o próprio Will.

O livro aborda questões adolescentes como namoro, amizade, paixões, vida escolar, descobertas e expectativas. Gira em torno do preparativo de um musical relativo à vida de Tiny Cooper e ao amor em todas as suas formas. Em dado momento da estória, ambos Will encontram-se e, a partir daí, fazem parte um do mundo do outro.

O final do livro deixa a desejar, apesar de subentendido. De qualquer forma, é um bom livro, mas com uma estória fantasiosa demais, que não condiz muito com a realidade. Penso isso talvez por que eu já não esteja no ensino médio há muito tempo ou talvez por que simplesmente a vida não é um mar de rosas. Ou seja, há muita coincidência nos fatos que acontecem no livro, embora alguns diriam que são obras do destino. 





Avaliação: ★★★★





"Mas com amigos, não tem nada assim. 
Estar em um relacionamento, isso é algo que você escolhe. 
Ser amigo, isso é simplesmente algo que você é."


(Tiny Cooper) - p.223