Título original: Misery
Tradução: Elton Mesquita
Editora: Suma de Letras
Publicação desta edição: 2014
Primeira publicação: 1987
Páginas: 326
Prêmios Recebidos: Prêmio Bram Stoker para melhor romance (1987); Concorreu ao Prêmio World Fantasy para melhor romance (1988)
Adaptação: Filme "Louca Obsessão", lançado no Brasil em 1992 (veja o trailer)
Sinopse
Paul Sheldon é um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever um novo manuscrito, decide sair para comemorar, apesar da forte nevasca. Após derrapar e sofrer um grave acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira aposentada Annie Wilkes, que surge em seu caminho.
A simpática senhora é também uma leitora voraz que se autointitula a fã número um do autor. No entanto, o desfecho do último livro com a personagem Misery desperta na enfermeira seu lado mais sádico e psicótico. Profundamente abalada, Annie o isola em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças, que só chegarão ao fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado. Ferido e debilitado, em Misery – Louca obsessão, Paul Sheldon terá que usar toda a criatividade para salvar a própria vida e, talvez, escapar deste pesadelo.
Resenha
Como todos os livros de King, na minha opinião, este também é extraordinário. Angústia é o sentimento que melhor define a leitura do livro. Um livro com a linguagem simples, leitura rápida e viciante. Deixa o leitor, sem dúvida, esperando um final feliz para o pobre escritor Paul Sheldon.
Conforme a sinopse, Paul Sheldon sofre um acidente automobilistico e é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes, que diz ser sua "fã número um". Até aí tudo bem, não fosse o fato de Annie ser uma psicopata cruel. No último livro da série "Misery", Paul Sheldon matou a personagem principal, que também se chama Misery, fato este que não foi aceito por Annie. Assim, após resgatar e estar cuidando de Paul, ela exige que ele escreva um novo livro, único e exclusivo a ela, onde Misery esteja viva.
Paul, então, agarra-se à sua única chance de sobrevivência: escrever um nove romance para a série que, com tanto alívio, havia finalizado. O que ocorre, porém, é que Paul está extremamente debilitado, incapaz de mover as duas pernas, ou seja, não pode sair do quarto onde Annie o mantém trancado e vigiado. Além disso, pelas dores insuportáveis, Paul necessita do remédio Novril, no qual acaba se viciando.
Novamente, "até aí tudo bem", afinal bastaria que Paul escrevesse um livro que agrade à Annie e poderia ir para casa, feliz. Mas não, essa não é a realidade! Annie é uma ex-enfermeira insensível e violenta, com um passado horripilante, como Paul descobrirá, e que começa a torturá-lo física e psicologicamente, deixando-o sem alternativa a não ser sobreviver dia após dia naquele martírio sem fim.
Outro aspecto interessante do livro é a forma como se dá a relação entre Paul e Annie, na qual ambos fazem parte de um jogo psicológico, no qual uma simples palavra, ou olhar, pode-se transformar em um arrependimento!
Vale a pena a leitura! Recomendo!
Avaliação: ★★★★★
"Os escritores lembram-se de tudo, Paul. Especialmente dos sofrimentos. Mande um escritor tirar a roupa e aponte para cada cicatriz e ele lhe contará a história de cada uma delas. As maiores acabam virando livros, não amnésia. Para ser um escritor é preciso ter um pouco de talento, mas o único pré-requisito de verdade é a capacidade de lembrar a história de cada cicatriz."
(Paul) - p.244